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01/07/2013

Project Runway

Brasileiros que participaram de reality americano sonham em desfilar suas coleções por aqui.

Estilistas conquistaram os fashionistas do 'Project Runway', comandado por Heidi Klum

RIO - Na moda um dia você está por dentro e no outro está fora. A máxima usada há mais de dez anos pela apresentadora do reality show americano 'Project Runway', a supermodelo alemã Heidi Klum, não poderia resumir melhor o fascínio com os brasileiros no mundo fashion. Nomes como Calos Miele, Lenny Niemyer e Oskar Metsavaht são apenas alguns exemplos de estilistas que conseguiram levar a moda brazuca para fora das fronteiras nacionais - isso muito antes da Copa do Mundo, Olimpíadas ou das manifestações que têm tomado as ruas das principais capitais do país. Sem contar com as beldades que tomam as passarelas dos principais desfiles do mundo, como Ana Beatriz Barros, Izabel Goulart ou a eterna Gisele Bündchen. Por isso não é de se espantar que o programa comandado por Heidi — um dos mais assistidos por fashionistas de plantão — tenha incluído no casting das duas últimas edições os mineiros Fábio Costa e Layana Aguilar.
— O Brasil tem uma gama de talentos criativos na arte, na música, na arquitetura e, certamente, na moda. Fábio Costa tem um ponto de vista único e revigorante que eu tenho certeza que foi moldado pela sua história de vida. Já a Layana tem uma estética distinta, feminina e romântica que é muito latente em nossa herança sul-americana — afirma Nina Garcia, diretora de moda da revista Marie Claire americana e jurada do programa.
Fábio Costa participou da 10ª edição do programa, que foi ao ar no segundo semestre de 2012 nos Estados Unidos e tem previsão de ser exibida em 2014 pelo canal Glitz. Ele por pouco não ficou com o grande prêmio. Com uma coleção bastante conceitual, batizada de 'Cosmic Tribalism' (Tribalismo cósmico em tradução livre), o designer se apresentou no Mercedez Benz Fashion Week, de Nova York, mas acabou ficando atrás de Dmitry Sholokhov, vencedor da edição. Mesmo assim, Fábio conseguiu seduzir os jurados.
— A abordagem dele foi orgânica, pessoal e muito única. Em outras palavras: intransferível — afirma Nina Garcia.
Fábio conta que se mudou para os Estados Unidos logo após terminar a faculdade, para fazer um curso na Fashion Institute of Technology (FIT), em Nova York, que acabou não cursando. Ainda em Belo Horizonte, ele chegou a fazer parte do Coletivo Lébi, com dois amigos. A ideia era criar peças que não seguiam uma modelagem padrão, e que permitiam a customização feita pelo próprio cliente. Essa criatividade seguiu o brasileiro, que continuou sua produção de peças nos Estados Unidos, antes de pensar em entrar no programa:
— Eu fazia tudo sozinho, com uma máquina de costura. Tingia ajoelhado no chão. Mas acho que foi justamente o fato de eu finalizar minhas peças à mão, usar técnicas diferentes, que me ajudaram a entrar no programa.
Hoje trabalhando em sua própria marca, a NotEqual, Fábio conta que apesar de não ter vencido conseguiu realizar um de seus sonhos: fazer um desfile.
— Eu sempre assisti ao 'Project Runway', era obcecado. Até que um dia meu namorado me perguntou o que eu queria fazer e eu disse que meu sonho era fazer um desfile. Ele que me deu força para me inscrever. Fizemos tudo num fim de semana. Por pouco perdi o prazo da inscrição. Na verdade, a carta chegou depois do prazo, mas o carimbo do correio provava que eu tinha enviado no último dia. Eu não sai com a grana, mas sai com muita vontade. E só tenho que agradecer ao programa, pois me abriu muitas portas — conta o estilista, que sonha em um dia trazer sua marca para seu país natal: — Uma vez eu tentei me inscrever para o Rio Moda Hype, do Sebrae, mas não passei. Com certeza no futuro eu quero me apresentar no Brasil. Meu sonho é desfilar na São Paulo Fashion Week.
Já a também mineira Layana Aguilar, que participou da 11ª edição do programa, exibida no início do ano nos Estados Unidos, está um pouco mais perto de trazer seu trabalho para o mercado brasileiro.
— Somos os recém-chegados e também os mais novos favoritos no mundo da moda. O estilo brasileiro traz um diferencial único em qualquer coisa que está envolvido. Agora, o mundo inteiro está prestando atenção no Brasil. Este é o momento para nos destacarmos e continuar mostrando nosso talento — afirma Layana, que apesar de ter sido eliminada antes de poder desfilar pelo programa, ela conseguiu debutar na New York Fashion Week em fevereiro deste ano com a marca Layana Aguilar New York, que ainda este ano deve aportar nas lojas do país:
— A realidade é que um show como esse é também uma oportunidade que passa muito rápido. Se não aproveitada no momento certo, pode simplesmente passar despercebida. Como estilista, estou aproveitando as oportunidades que surgiram depois do show. Acabei de lançar a minha nova coleção primavera/verão, que se chama "Brighten Me Up". Minha equipe e eu, estamos trabalhando muito na divulgação e vendas dos novos produtos aqui e, em breve, no Brasil. Agora estamos planejando um novo desfile (na New York Fashion Week) em setembro.
Diferente de Fábio, Layana deixou o Brasil cedo, há 11 anos. Ela saiu de Nanuque, uma cidade pequena, para estudar na Fashion Institute of Technology (FIT). Chegou a estagiar com Oscar de La Renta e na cultuada Marchesa. Mas foi apenas na segunda tentativa que conseguiu passar pelo crivo da produção do programa.
— Tentei duas vezes, e só na segunda, consegui. A primeira foi para a 9ª edição. Cheguei até a semifinal no processo de seleção do elenco final. Aí eles me disseram que a maioria tenta entre duas a seis vezes, e isso me animou a inscrever novamente — conta a mineira, que na semana passada deu à luz seu primeiro filho.
— Agora meu projeto principal é ser a melhor mãe do mundo. É um menino, e como meu marido é holandês, achamos que nosso filho vai ser um natural do futebol — brinca Layana.


Fonte: Globo.com

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